📷 Brooklyn Bridge, 11 Março 2017
Quando li os resumos anuais do Nathan Barry, adorei ler o que correu bem e o que não correu bem, ver os seus objectivos e os passos que deu até lá chegar. Inspirei-me nele para fazer o mesmo. Já é o 3º ano que escrevo este tipo de resumo e planeio fazê-lo até lançar o meu próximo projecto. Faço-o para parar e reflectir no que acontece em cada ano, para medir o meu progresso e ajudar quem venha a percorrer um percurso semelhante ao meu. Seguem os resumos dos anos anteriores: joaopedroreis.pt/um-ano-depois-de-me-despedir joaopedroreis.pt/dois-anos-depois-de-me-despedir
Prepara-te, este ano foi muito bom!
O ano começou com um ligeiro susto… eu e a minha piquena estivemos doentes durante algum tempo e, por alguma razão, não estávamos a conseguir melhorar no escritório da minha Mãe. A Ana usa um portátil e começou a trabalhar em casa mas, como tenho uma torre, continuei a ir para o escritório porque era lá que tinha o meu setup. Um dia, fartei-me de tanta tosse e levei tudo para casa, já que a Ana estava a conseguir melhorar e eu não. Mudei tudo para casa e posso dizer que, no geral, a experiência tem sido super positiva. Consigo ser produtivo e ainda passo o dia ao lado da pessoa que mais amo, o que é um privilégio. A única coisa que ainda não está ao meu gosto é o facto de ainda não termos um espaço dedicado para trabalho como tínhamos no escritório da minha mãe. Neste momento, estou a usar a mesa de jantar para trabalhar e a Ana vai usando o seu portátil entre a mesa e o sofá… Não é nada ergonómico. Mas já tenho planos para aproveitar a sala e criar um espaço de trabalho super convidativo para aquelas manhãs difíceis.
Em Março deste ano, eu e a Ana cometemos a loucura das nossas vidas... Desde que nos conhecemos que ir a Nova Iorque era um sonho comum. Chega um certo dia em que eu estava fora a trabalhar para os Saídos da Caixa e ela me liga a dizer que a TAP estava a fazer uma promoção com voos directos para Nova Iorque. Posso dizer que, nessa noite, só fomos dormir depois de marcarmos as viagens. “Excelente! Vamos a Nova Iorque!” Agora o que ainda não sabíamos era a ideia maluca que nos ia passar pela cabeça… Estávamos a tomar o pequeno almoço no Creeks Caffé quando veio à baila “o assunto” casamento... Como é que o íamos fazer, onde, quem é que íamos convidar e se tínhamos sequer possibilidade de pagar uma festa para nós, para a família e amigos. Rapidamente chegámos à conclusão que não, nem por sombras. Pedir crédito não era opção e pedir aos familiares muito menos. Já não me lembro se fui eu ou ela a pensar nisto… Mas, de repente, um de nós manda o bitaite: “Já casávamos era lá…” Ao que um de nós responde: “Olha, isso é que era!”. Resumindo e concluindo: Best. Idea. Ever.
Estava aquele frio que nos faz sentir vivos! Mas mesmo com o frio, metemos mãos à obra e acabámos por ser os nossos próprios fotógrafos e videógrafos. Ficámos alojados em Harlem e praticamente todos os dias caminhávamos na Second Avenue até ao Brothers Bakery Cafe na E 111th St para tomar o pequeno almoço, depois andávamos mais dois quarteirões em direcção à Lexington Avenue para apanhar a linha verde, que corre Manhattan de cima a baixo.
Usávamos o metro para nos pôr o mais perto possível dos lugares que queríamos visitar, depois fazíamos sempre o resto a andar. Andámos muito a pé! Mas é que mesmo muito! Conhecemos tantos sítios novos… 5th Avenue, Central Park, Chelsea's Market, Grand Central Station, Times Square, Rockefeller Center, Apple Store (haha), Empire State Building, 9/11 Memorial, Top of The Rock, Museu da História Natural, Brooklyn Bridge e a travessia brutal de ferry para Staten Island, Dumbo... E o pouco que ficou a faltar fica para daqui a quatro anos, pelo nosso 5.º aniversário de casamento (porque a Ana diz que sim e porque eu quero!).
Tentámos curtir esta experiência ao máximo e também tentámos esconder o nervosismo em relação ao casamento. Dia 6 de Março fomos ao City Clerks Office marcar a data e, dia 8, casámos! Just like that! Depois de casarmos, fomos ao observatório do 86.º andar do Empire State Building onde ficámos a apreciar o pôr-do-sol e a energia desta cidade. Doesn’t get more romantic than that…
Casei-me com esta coisa boa, quem eu admiro tanto pelo esforço e dedicação no seu trabalho e pelo carinho que tem a cuidar de nós. Foi o casamento de sonho.
Foi a melhor viagem e experiência que já fiz até hoje e espero poder vir a fazer muitas mais e tão bem acompanhado. Ficam mais fotos da viagem para quem gosta dos States:
Desafio-te a arriscar e a deixar para trás os medos daquilo que possam pensar de ti. É a única maneira de viveres a tua vida com gosto e leveza. E, agora, vamos às coisas mais técnicas…
Se alguma vez fizeste um trabalho em que passas o dia a filmar, sabes que chegas ao fim do dia com a mente e o corpo super cansados. Eu uso o monopé para apoio, mas na maior parte das vezes também o uso como estabilizador, com a pega da cabeça no meu ombro.
Parecendo que não, ao final do dia mói. Por isso, vendi o meu antigo monopé de alumínio MVM500AH para arranjar um de carbono. Assim que confirmei a venda, comprei estas 3 peças da Manfrotto (MMXPROC4, MVH500AH, MVMXPROBASE) e montei um monopé mais leve e com uma base muito melhorada que posso desmontar e levar em viagem sem qualquer problema.
Este próximo upgrade é muito simples, mas brutal para poupar tempo e não perder momento nenhum a filmar! Se usas filtros ND variáveis, ou qualquer filtro que tenhas de enroscar, sabes que é uma dor de cabeça sempre que precisas de pôr e tirar.
O sistema XUME da Manfrotto é composto por duas peças: um adaptador para a lente e outro para o filtro. Sendo ambos magnéticos, permitem pôr e tirar o filtro em segundos.
Embora muitos vejam este tipo de compras como luxos, para mim são necessidades. Há movimentos que repetimos tantas e tantas vezes seguidas que, sem darmos por isso, estragam-nos o corpo e o humor. Se um simples produto puder simplificar a tua vida, eliminar todos esses momentos de frustração e melhorar os teus dias de trabalho, eu acho que vale a pena o investimento.
Mesmo estando a poupar para um setup mais portátil, não podia esperar mais… O meu computador não só estava a atrasar as entregas dos trabalhos, como me estava a enervar todos os dias! (a minha mulher que o diga!) Após sete anos, investi num sistema usado, recente e vindo de um bom amigo que entretanto já tinha montado um sistema mais potente para ele. Fez-me um preço de super amigo que me permitiu poupar cerca de 800€ se fosse a montar o mesmo sistema com peças novas. Permitiu-me investir em mais componentes e discos, que configurei seguindo as recomendações da Pudget Systems, para que tenham um uso optimizado para Adobe Premiere Pro. Ficam as especificações do que tenho agora:
Antes, com o meu computador antigo, tinha de esperar mais de 1 minuto para ver os resultados de cada alteração que aplicava… Agora consigo fazer alterações praticamente em tempo real, o que me permite fazer um tratamento e correção de cor de maneira mais intuitiva.
Isto ainda me permitiu fazer o meu primeiro same day edit. Lançaram-me esse desafio e no casamento da Cristiana e do André, levei todo o meu setup para a Quinta da Murta. Por volta das 15h sentei-me para começar a editar, com a cabeça cheia de ideias... às 22h chegou a altura de surpreendê-los com o resultado:
Não creio que as pessoas não tenham noção da quantidade de trabalho que é editar um "simples" vídeo... Muito menos fazê-lo no dia, em cerca de 7 horas, sozinho. Basicamente é fazer, no dia do casamento, aquilo que costumo demorar semanas a editar. A reacção deles fez valer a pena, toda a pressão e stress que vem de fazer um same day edit.
Os backups continuam automáticos. Os meus discos mais importantes, o pessoal e o de trabalho, estão a ser copiados para o meu disco maior de 4TB onde também tenho os projectos finalizados. Para mim, é a melhor maneira de ter os backups configurados no computador, mas fica ainda a faltar um backup off-site, fora de casa. O número e a gravidade dos incêndios deste ano fez-me reconsiderar a hipótese de ter backups na cloud e é por isso que agora uso o BackBlaze.
Por cerca de 42€ por ano, não só oferece paz de espírito, como faz um backup ilimitado do teu computador. Ao fazê-lo estamos a mostrar profissionalismo e respeito pelos clientes e, por essas razões, esta recomendação é óbvia.
Este ano foi excelente. Tive muitos clientes interessados no meu trabalho e no meu estilo, o que levou a que fizesse cerca de 30 vídeos, todo com feedback positivo! Trabalhar com a minha malta faz-me sentir muito bem. Respeito-os imenso e eles a mim, o que me dá um boost de confiança em cada trabalho. Devo-lhes muito por, além do trabalho que têm, ainda se esforçarem para vender o meu, como é o caso do LChacal ou do meu irmão, mas sobretudo ao Filipe Santiago, que me enche a agenda e anima os dias de trabalho.
Há muito tempo que eu e a Ana andávamos à procura de um desporto (fora dos lençóis) que pudéssemos praticar juntos. O nosso trabalho requer muitas horas ao computador e eu tinha de voltar a fazer exercício físico. Tentei durante umas semanas alinhar nas caminhadas dela, mas não resultou… Precisava de algo mais desafiante. Foi aí que ela me desafiou para fazer pilates… Oh boy… Só faço 2 vezes por semana, mas já sinto diferença no meu corpo. A minha postura melhorou e sinto-me melhor e mais forte. Isto é algo que não devemos negligenciar. Tal como a alimentação, é super importante cuidar do nosso corpo e, se conseguirmos fazer algo todos os dias, melhor ainda! Lembra-te: ninguém o faz por ti!
Esta parte da minha vida está completamente desregulada… nem sei bem o que dizer. Se não fosse a a ajuda da Ana de manhã, estava completamente lixado. Às vezes, nem com o despertador a coisa vai lá... Preciso de dormir mais.
Ainda tenho muitas coisas que fogem ao meu controlo com um negócio baseado em serviços de vídeo. Sempre que trabalho com outras pessoas que não o meu pessoal, mesmo eu sendo super flexível, elas tendem a questionar a minha maneira de trabalhar. Apesar de ter este trabalho facilitado com o Filipe, gerir datas, reuniões, sessões, etc., torna-se super complicado quando tens de lidar com tanta gente. É crucial ter organização e sistemas para que nada falhe. Quanto mais gente envolvida, mais são as coisas que fogem ao meu controlo e que podem correr mal, e isso pôe-me nervoso… E não é daquele nervoso bom. São demasiadas variáveis!
“Apesar de estar a avançar a um ritmo aceitável, a partir de hoje, vou repartir o meu tempo entre o vídeo e o projecto de forma mais equilibrada. Assim, evito trabalhar no projecto nas alturas em que estou cansado e não me desvio do meu plano A.” E é assim que as tuas expectativas te lixam à grande… Comecei o ano em força, a planear todos os meus dias. Consegui durante cerca de um mês criar um guião por manhã e fazer trabalhos de clientes à tarde. Nunca tive dias tão produtivos e finalmente comecei a ver progressos ao fazer algo todos os dias. Mas, à medida que o negócio de vídeo começou a melhorar, fui filmando mais e mais casamentos e as edições a empilhar… Claro que não tardei a concentrar-me nos clientes de vídeo. Espero que no próximo ano já vos possa falar mais (e talvez oficialmente) deste projecto que quero constituir. Como já tenho vindo a dizer, é um reflexo de mim e daquilo que eu gosto e está directamente relacionado com vídeo. É algo que eu vou sempre fazer. É o primeiro passo para o objectivo de ter mais conforto financeiro mas, ao mesmo tempo, que não requeira tanta manutenção e me permita ter mais tempo. É o primeiro passo para eliminar as coisas que fogem do meu controlo. Deixar de trocar horas por horas de serviço e passar a ter um produto que trabalhe por mim e para mim. Se queres resultados diferentes dos das outras pessoas, tens de fazer coisas diferentes do que as outras pessoas fazem.
Um dos meus objectivos é levar as pessoas acompanhar o meu percurso, crescimento e, se possível, a apoiarem um dia que saia o meu projecto, entre outros que venham atrás desse. Se tens interesse em fazer parte desta aventura comigo, deixa o teu e-mail para ires estando a par de tudo:
Se chegaste até aqui, diz-me nos comentários aquilo com que mais te identificas. As tuas lutas, conquistas e aquilo que pretendes mudar.
por João Pedro Reis | 16 Novembro 2017