Produtivo, paciente e positivo

Resumo 2018 - 4 anos depois de me despedir

Continua a ler

📷 por Filipe Santiago, 3 Setembro 2018 - Sessão com a Rita e o Pedro

Andamos todos tão a correr, tão cheios de ideias e a trabalhar em tantos projectos, que raramente tiramos tempo para reflectir e absorver tudo o que já alcançámos até hoje.

É por isso que escrevo estes resumos. Ajudam a pensar nas pequenas e grandes coisas que aconteceram este ano. Ajudam a relembrar o que criámos, as experiências que tivemos e aquilo que nos deixa mesmo orgulhosos.

E é por isso que, ao longo do ano, tento ir anotando as coisas que mudaram a maneira como vivo a minha vida desde que me despedi, há quatro anos. Quase como reports anuais para o futuro Jota (porque quem é que tem paciência para ler uma coisa tão grande?)!

Se tens tendência para ser muito autocrítico, talvez seja uma boa ideia para ti também.

Talvez sintas que não fizeste nada o ano inteiro, ou que não chegaste onde querias, e acabas por chegar ao fim a sentir-te mal e sem motivos para isso... Certo? Pois aposto que, se parares e olhares para o teu calendário, ou para os teus contactos recentes, vais ver todos os clientes, todos os projectos, jantares e saídas para estabelecer contactos e ver que, afinal, até avançaste bem na tua vida este ano.


Então, o que correu bem para mim este ano?

Poupanças

Depois de fazer um bom upgrade à minha workstation, o upgrade da câmara era muito necessário, mas ainda estava muito longe de acontecer. Por isso, este ano começou com um foco em poupanças.

E porquê poupar e não fazer um crédito? Porque mesmo sabendo que, em alguns casos (principalmente investimentos), pode ser algo útil, eu não gosto de créditos.

Se não tenho dinheiro para comprar alguma coisa, não compro. E a minha sorte é que eu até sou uma pessoa paciente… (… só que não) Ter usado a mesma câmara durante sete anos (a minha fiel Nikon D7000) foi um verdadeiro teste à minha paciência que, apesar dos dias mais complicados, orgulho-me de dizer que passei (com distinção!).

Mesmo sentindo que o upgrade era urgente, prefiro mil vezes evitar o crédito, esperar mais um bocado e poupar aquilo que preciso de poupar - devagar, devagarinho.

Por isso, eu e a minha Ana sentámo-nos várias vezes este ano a fazer contas e a perceber se estes investimentos eram exequíveis. Bela maneira de celebrar o nosso primeiro ano de casados, hein? :D

Apesar de termos vivido com um orçamento mais limitado (sem que fosse demasiado regrado), esta gestão permitiu-me atingir os meus primeiros pequenos objetivos financeiros. “Tem valido a pena?”, perguntas tu. Pois bem, posso dizer que em meados de Fevereiro, e pela primeira vez em muito tempo, consegui juntar o suficiente para um fundo de emergência.

Investimentos em recursos e material de trabalho

Claro que, com esse esforço conjunto, e para além do fundo de emergência, consegui poupar o suficiente para ir fazendo os investimentos de que precisava e de uma forma muito gradual.

Eis a lista resumida de recursos e material em que investi ao longo deste ano:

  • Workshops e cursos;
  • Website ;
  • Material para captação de vídeo;
  • Updates à minha workstation;
  • Melhoramentos no espaço de trabalho;
  • Serviços e software .

Em Junho, eu e o Paulo começámos a desenvolver o meu website . Era só “totó” não aproveitar os meus domínios (joaopedroreis.pt | joaopedroreis.com) como deve de ser.


Para não vos estar a maçar com listas enormes de especificações, também desenvolvi uma página de recursos que planeio actualizar ao longo do tempo. É aqui que, a partir de agora, vou listar todos os recursos e material que uso diariamente.

>> Recursos e Ferramentas


Estes investimentos precisaram de muito trabalho, muito tempo e muito dinheiro e todos eles foram muito bem estudados. O objectivo principal foi munir-me de ferramentas que me beneficiam tanto na minha atividade atual, como em negócios futuros.

O meu setup actual, montado com peças do IKEA. Um tampo de cozinha Karlby que corre a parede inteira onde eu e Ana trabalhamos os dois. Inspirado neste projecto: "Project Palermo - Two Person Desk and Gallery Wall"


Vídeo de casamento

Dia 20 de Março, rumei a Guimarães para o Something Blue Workshop. Foi a primeira prova que tive de como devemos sempre investir em nós e na nossa formação. Foi o melhor boost em termos de criatividade, foi perfeito para ganhar um novo embalo e ganhei ainda mais respeito pelo que eu e os meus colegas fazemos.

Filmar casamentos revelou-se uma das melhores coisas que eu podia estar a fazer neste momento. É um excelente gig para freelance, especialmente para quem quer aprender a fazer vídeo.

Este ano foi excelente para mim nesta área. É tão bom que, ao longo da nossa vida, e com todo o ruído que ela traz, ainda seja possível servir pessoas boas que não olham para nós como "mais um". Tive a oportunidade de servir pessoas que olharam para o meu trabalho e disseram: "Eu quero, eu preciso que seja o João Pedro a filmar o meu casamento."

E isto foi o ponto alto do meu ano em termos de casamentos. Servir boas pessoas como estas, que se tornam teus amigos, faz com que valha muito a pena.


Parte deve-se a todos os casais que já pude servir até hoje e às boas reviews que fizeram do meu trabalho, mas deve-se sobretudo a 70% dos contactos que continuam a vir do Filipe Santiago, que não hesita em vender o meu trabalho com toda a confiança. Sou um sortudo!

Apanhado pelo Filipe enquanto estava a editar o Same Day Edit da Rita e do Pedro na Quinta da Bichinha.

Organização

No ano passado, ainda perdia muito tempo com coisas que fugiam ao meu controlo, mas isso mudou drasticamente. Pode tornar-se praticamente impossível gerir todos os pedidos que aparecem e, se não tivermos algum tipo de organização, é o caos.

Quando decidi que isto tinha de mudar, comecei a testar uma série de ferramentas de gestão, organização e produtividade. Experimentei o trial de praticamente todos os serviços de gestão de estúdios que encontrei: Tave, ShootQ, Pixifi, Honeybook, 17hats, Picr, Studio Ninja, Sprout Studio, Dubsado...

Mesmo sendo todas opções interessantes, nenhuma me parecia encher as medidas. Então, enquanto não decidia, continuei com a simplicidade do Trello, que já tinha começado a usar a 16 Janeiro deste ano.

Tal como o material, estas apps não são todas feitas da mesma forma e temos sempre de analisar bem o que precisamos para o nosso negócio e o que faz sentido para as nossas cabecinhas brilhantes.

Então, e porque ainda não tinha encontrado o que precisava, continuei a procurar e encontrei dois recursos espetaculares.

1 | Notion - para organizar o meu trabalho, onde escrevo e organizo todas as minhas ideias e projectos.

É daquelas apps que eu sei que vai explodir e chegar a muita gente. Eu próprio já “contagiei” três pessoas. Lá fora, já está a ser muito utilizado, e, por essa razão, está a ser cada vez mais desenvolvido e cada vez mais depressa.

Transferi tudo o que tinha no Trello para o Notion, oficialmente, no dia 20 Julho. Foi um processo moroso, mas valeu muito a pena.

O que distingue o Notion de outras apps de organização é o facto de ser uma ferramenta que podemos construir e moldar a nós. Em vez da estrutura fixa de outras apps como o Trello, o Evernote ou o Todoist, no Notion, quase que podemos montar a nossa própria estrutura, tipo legos, e a partir daí criar o nosso "painel de controlo" pessoal.

Agora é aqui que faço toda a gestão do meu trabalho de freelance, onde tenho todas as minhas despesas anotadas, listas e onde desenvolvo as minhas ideias e projectos. É mesmo muito, muito bom e recomendo mesmo que experimentes.


2 | Paperform - o que uso para criar a minha apresentação com os meus preços e informações.

Houve muita gente a insistir que eu criasse um pdf para enviar aos clientes. O problema é que os pdf não permitem vídeo - acredita em mim, eu pesquisei. Logo, não só não é prático para o meu trabalho, como se pode tornar confuso naquele formato. Como sempre fui teimoso, insisti que não iria criar pdf. Eu queria muito que a minha apresentação fosse uma experiência em que eu pudesse guiar os meus clientes.

Passei o fim de semana de 14 e 15 de Abril a explorar esta ferramenta, tal como fiz com todas as outras, e comecei a perceber que algumas funcionalidades eram perfeitas para o que eu imaginava para a minha apresentação.

E como todas as pessoas são diferentes, e todos os casais são diferentes, agora os meus clientes vão ter sempre uma experiência baseada no modo à la carte, em que o cálculo é feito automaticamente, consoante as opções que escolhem.

Antes, os clientes ficavam confusos e eu perdia horas e horas a esclarecer dúvidas. Não só deixei de perder tempo com toneladas de mensagens e emails, como facilitei o trabalho aos parceiros que promovem os meus serviços.

Descobri isto em inícios de Abril e só a 30 de Agosto é que finalmente me senti orgulhoso da maneira como apresento o meu trabalho às pessoas. Agora invisto todos os meses aproximadamente 35€ para que todos os meus clientes possam ter uma experiência personalizada, ao seu gosto.



E é por isto que é importante implementar processos e sistemas que optimizam o uso do nosso tempo. Há sempre alguma maneira de melhorar e de nos libertar de tarefas repetitivas que nos consomem.

Afiliado Amazon

Logo depois de ter escrito o resumo de 2017, no dia 11 de Dezembro, recebi uma notificação de que alguém tinha feito uma compra através de um dos meus links e ganhei a minha primeira comissão da Amazon.

Até hoje, não sei quem fez essa compra, só sei que compraram um rato igual ao que usava na altura! Foi um marco importante porque foi a primeira prova de que isto é mais uma possibilidade para mim.

Tirar uma pequena comissão por simplesmente recomendar os produtos de que gosto mesmo e uso diariamente? Parece-me muito bem. E parece-me estar mais de acordo com o tipo de trabalho que quero fazer, em que se semeia numa primeira fase e depois se colhe o fruto ao longo do tempo.

O link para a minha página de recursos de que falei lá em cima é o exemplo perfeito disso e estou curioso para ver que frutos vou colher. Agora, quando me perguntarem o que uso, o que já acontece com alguma frequência, basta direcioná-los para esta página.



O que não correu tão bem?

Falta de tempo?

Talvez tenha tido alturas em que não fui tão produtivo porque ajudei muito mais em casa. Ser um bom marido e amigo para a Ana está no topo das minhas prioridades. Não vejo isto como um problema grave, mas sem dúvida que vi que, assim de repente, parecia que já não tinha tanto tempo disponível no meu dia. Mas isto não é verdade…

Distrações

Este ano foi mais "social" do que o habitual. Conheci muita gente nova no workshop e acabei por ter muito mais interação com mais pessoas, sobretudo através do Instagram, que até me incentivou a fazer mais publicações e a ser mais participativo. Também fui bastante activo no YouTube. Vi muito conteúdo (se calhar, até a mais), muito bem feito e com muito valor para mim.

Nada disto é um problema, quando visto nas horas certas e não a meio do trabalho. São tudo coisas que acabam por me distrair muito durante o dia e que facilmente poderia reservar para horas de descanso.

Se há coisa de que não me posso queixar é de falta de tempo. A última vez que vi, e com a nova funcionalidade de tempo de ecrã do IOS, percebi que ainda passo mais de 24h todas as semanas só em apps de mensagens, redes sociais e YouTube.

Isto para mim é chocante porque sempre tentei ser consciente com o tempo que passo distraído e luto imenso para não me distrair, especialmente com vídeos. Também nunca me considerei grande utilizador das redes sociais e, de repente, percebi que ando a perder um dia por semana a "socializar". Not cool. Se é assim há mais de um ano... bem que posso chorar pelos 52 dias que "perdi"!

Também sentes que te falta tempo? Quanto tempo é que andas a "perder" com distracções?

Turbulência emocional

Backlog, prazos, expectativas, renda, contas, despesas... É um loop!

Estou a dar o meu melhor para não desistir das minhas ideias e dos meus ideais, mesmo com toda a pressão e da minha vozinha interior, que me diz: "Desiste dessas ideias malucas, isso não vai dar em nada.”

Sei que ainda vou estar como freelancer durante uns bons anos, mas se há coisa que eu quero eliminar completamente da minha vida a longo prazo são todas estas preocupações, que têm tendência para nos arrastar para um buraco muito negativo em que caí muitas vezes este ano.

Senti muito esta turbulência emocional. Sei que, a maior parte das vezes, tudo vem do medo e do facto de me estar a desafiar constantemente, mas também vem de toda a ansiedade que sinto sempre que penso em tudo o que tenho para fazer... Se não tivermos cuidado, esta maneira de pensar e estas inseguranças podem trazer-nos dias muito negativos.

Apesar de já serem raros, é nestes dias negativos que percebo que só me sinto assim quando estou distraído ou não estou a ser produtivo. Estando comprovado que a felicidade é diretamente proporcional ao progresso, é só natural sentir-me em baixo quando não vejo as minhas ideias e projectos a avançarem.

E é por isso que muitas vezes tenho simplesmente de parar, voltar a focar-me nos meus objectivos e fazer os possíveis para me manter produtivo, paciente e positivo.

Objectivos

Embora fazer vídeos de casamento seja um trabalho emotivo e gratificante, saber que ainda tenho de o fazer durante uns bons anos faz-me sempre tremer um bocadinho.

O meu objectivo já de há alguns anos é encontrar outras formas de ganhar dinheiro que não requeiram trabalhar para outros ou com trabalhos de freelance, onde o dinheiro que consigo ganhar é sempre proporcional às horas que passo a trabalhar.

Fazer trabalho de freelance vai ser sempre um círculo vicioso, que só vai ser quebrado quando eu finalmente fizer alguma coisa por isso.

Eu não quero limitar o meu rendimento pelo número máximo de clientes que consigo ter ou pelas horas que estou colado ao ecrã a editar. Eu quero aumentar o número de pessoas que posso servir e quero ser compensado pelo valor do que estou a oferecer. Eu quero trabalhar de forma inteligente, de modo a semear e colher frutos.

Ainda não posso aprofundar muito o projecto que tenho estado a desenvolver. A parte engraçada é que não é nada de revolucionário; é um mero teste. Um teste para provar a mim mesmo que consigo fazer outras coisas para aumentar os meus rendimentos. Mas posso dizer-te o que tenho estudado e explorado mais nestes últimos 5 anos (desde que me comecei a sentir infeliz no meu suposto trabalho de sonho).

Estas são as duas áreas principais que tenciono explorar:

  • Marketing de afiliação (que comecei a fazer há um ano e é mais fácil de testar);
  • Cursos online.

Os cursos online não são nenhuma novidade, mas é o que me tem feito acordar todos os dias às 6h (sim, ainda ando muito sem dormir...).

Também é o que me assusta mais, porque invisto bastante tempo nisto e, quanto mais estudo e aprendo, mais percebo o quão longe ainda estou de atingir o "pequeno grande" objetivo de finalizar e lançar o meu primeiro curso online.

É a perspetiva de poder criar um produto digital inteiramente meu que me dá força e motivação para continuar a ser disciplinado e seguir esta rotina mais rígida.

O presente e o futuro

Tenho conseguido ver bons resultados e sentir que estou a progredir bem, tanto com o meu trabalho de freelance, como no desenvolvimento deste meu primeiro curso. Acordar mais cedo tem-me permitido trabalhar nos guiões do curso e não falhar com o trabalho para os clientes, mas, mesmo trabalhando todos os dias no projecto, ainda é um progresso muito lento.

É este progresso que me enche o coração e é este processo moroso e emocional que eu tenho de, cada vez mais, aprender a amar.

A vida não é para ser sempre glamorosa, a menos que estejas muito bem na vida e consigas delegar estas tarefas mais "banais". Isto, para pessoas mais mimadas (guilty), significa aprender a amar coisas simples como tratar da roupa, tratar da loiça, cozinhar, limpar, arrumar, e todas essas pequenas coisas que constituem o nosso dia a dia.

O tempo que passo no YouTube a ver outros criativos faz-me sempre sentir que também tenho algo para dar e dá-me imensa vontade de criar conteúdo em torno dos tópicos que mais me interessam. Diz-me:

Conclusão

Mais uma vez, nada disto é para me gabar, até porque ainda estou longe de chegar onde quero. Isto é a minha maneira de me obrigar a medir o meu progresso, pelo menos anualmente, até atingir o meu primeiro "pequeno grande" objectivo: criar o meu primeiro negócio online.

Se quiseres ser dos primeiros a conhecer este projecto, deixa o teu e-mail aqui:




Que sirva pelo menos para as pessoas que pensam em percorrer um caminho parecido, mas que não fazem ideia dos obstáculos que vão encontrar.

E, lembra-te: cada vez que vês textos assim, polidos, há sempre um gajo que está a dar em doido atrás do monitor (e uma mulher de Letras a ver-se grega para rever!), só para escrever um resumo…

Obrigado, Ana, minha mulher, por toda a tua ajuda, every fucking single day, every fucking single second. Este ano levaste com muita treta minha e sacrificaste muito de ti para que eu pudesse avançar em tanta coisa.


Se há algo que a vida me tem vindo a ensinar, mas sobretudo este ano, é a ter calma. Sê paciente. Faz as coisas ao teu ritmo, não desistas e saboreia cada etapa – afinal, num processo que consegue ser tão solitário, se há coisa que dispensamos é “bater” ainda mais “no ceguinho”.

Inspira-te na mãe, no pai, na mulher, no marido – no meu caso, Gary V, Kraig Adams, Will Smith, Yes Theory, The Film Poets, Pat Flynn e tantos outros, em quem tu quiseres -, mas nunca te esqueças de te reger pelos meus três P: mantém-te produtivo, paciente e positivo.



 por João Pedro Reis | 16 Novembro 2018